15 março 2006

Navegando pelo destino

O destino do ser humano é governado pelas suas decisões, ou já está traçado, antes mesmo do seu nascimento? Em alguns momentos não nos resta dúvida que cabe somente a nós mesmo decidir o que virá, que todos os acontecimentos são conseqüência direta de nossas próprias decisões. Em outros momentos porém, nitidamente temos a impressão de sermos manipulados como meros fantoches, pelo meio social que nos cerca, pelos acontecimentos imprevisíveis.

Desse modo não acredito tanto no fatalismo como no livre-arbítrio isoladamente. Na minha visão, nós apenas navegamos pelo destino. Quero dizer que temos uma certa autonomia para decidir, limitada pelas condições determinadas pelos eventos "externos" (alheios à nossa vontade). É como se o "destino" fosse o mar, com correntes marítimas, ventos, tempestades, calmarias, enfim, fatores que o navegador não pode alterar, senão tentar contornar ou aproveitar estas condições. Podemos somente determinar uma direção, procurando alcançar um destino em que não sabemos se iremos chegar. Parece a primeira vista uma grande limitação, mas na verdade é o grande poder de decisão que temos nas mãos e devemos aprender a usar.

Esta interpretação é baseada num dos muitos posts interessantes do blog Loganálise - A Nova Conversa, do Dr. Luís César Ebraico.

Outra consideração a ser feita é a possível existência de um multiverso, um universo com múltiplas dimensões, em que cada uma delas abriga uma realidade distinta. Assim, possivelmente todos os nossos caminhos já estão todos mapeados. Estamos apenas vagando por diferentes dimensões.

Àgua escorre, desce
pela rua vai embora
um dia de chuva