24 fevereiro 2006

O mundo e os modelos

Cada um enxerga o mundo de uma maneira diferente. Se isso é verdade, talvez seja uma razão de haverem 6 bilhões de seres humanos. 6 bilhões de pontos de vista diferentes.

Certas diretrizes acabam preponderando, sendo adotadas pela maioria das pessoas. Por exemplo, acredito que a maioria da população acha que existe. Quer dizer, a existência é um dos pilares que sustenta um modelo através do qual as pessoas enxergam a realidade. Então, muitas vezes, perceber a singularidade de cada um dos indivíduos acaba sendo como perceber as nuances de uma mesma cor, como os vários "brancos" que os esquimós conseguem identificar. A falta de um contraste acentuado não implica em falta de "beleza".

Mas, no meio desta multidão, o interessante acaba sendo observar aqueles pontos que destoam, que não são monótonos. O mundo pode não existir. Pode ser apenas uma simulação de computador. Matrix. Talvez estejamos todos, ou quem sabe apenas eu, sonhando e tudo que acontece pode se apagar num abrir de olhos. Estas perspectivas tão diferentes talvez não consigam se espalhar mais pois encontram um terreno adverso, uma vez que os grupos sociais já tem suas "crenças" consolidadas.

Bom, o ponto em que eu gostaria de chegar é o seguinte: se uma pessoa não suporta a "realidade" modelada de uma determinada maneira, o que a impede de sair? Talvez existam muitas razões sociológicas, talvez a falta de uma consciência individual mais forte, mas sobretudo a ausência da compreensão de que não há uma realidade, mas muitos modelos de realidade.

Um modelo: a vida é a ultimate browsing experience, a mais incrível experiência de "navegação", em que um ser espiritual pode experimentar uma existência material, com suas dores e seus prazeres; e em que um ser material passa por uma vivência espiritual que desafia seus instintos primitivos, com o amor, a tristeza, a alegria, a melancolia, a depressão... é como pilotar um EVA, ou melhor, é exatamente quando houve a "absorção" do Shinji pelo EVA que ele pilotava. Vivemos numa grande rede, enviando e recebendo informações. Até o dia em que seremos desconectados. Desconectados, não poderemos nos comunicar, pelo menos pelos meios convencionais, com os demais nós da rede. A não ser que já façamos parte do protocolo, assim como os imortais da arte, da ciência, da história. Lain. Em todos os lugares.

ping

...

pong

21 fevereiro 2006

Bem-vindo... que nada!

Onde vc pensa que chegou? Pois não chegou a lugar algum... estamos vagando por uma infinidade de caminhos, procurando atravessar a barreira sem portões.

Para alcançares a grande estrada, não haverá portões. Haverá, sim, mais de mil caminhos diversos a escolher. Uma vez atravessada a barreira sem portões, conseguirás andar livremente pelos caminhos entre o céu e a terra.
-- Wu-Men Hui-K'ai